23 de setembro de 2011

Minimamente feliz


A felicidade é mesmo um estado mágico e duradouro ?

A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar.Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida. Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive certeza de que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.

Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.

‘Eu contabilizo tudo de bom que me aparece’, diz Fabiana, também adepta da felicidade homeopática. ‘Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.

Elis conta que cresceu esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: ‘Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos. Agora, viajando com frequência por causa de seu trabalho, ela descobriu que dá pra ser feliz no singular: ‘Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível’.

Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: ‘Comigo mesma’, respondeu. ‘Adoro conversar com pessoas inteligentes’.

Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.

Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha ‘dieta de felicidade’ o uso moderadíssimo da palavra ‘quando’.

Aquela história de ‘quando eu ganhar na Mega Sena’, ‘quando eu me casar’, ‘quando tiver filhos’, ‘quando meus filhos crescerem’, ‘quando eu tiver um emprego fabuloso’ ou ‘quando encontrar um homem que me mereça’, tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje. Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham?

Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades.Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digam. Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.

Descomplique, simplifique e seja bem mais feliz!

 

Por que tantas pessoas têm a impressão de que serão consideradas mais responsáveis na mesma medida em que mais complicadas forem suas vidas? Parece que resolveram acreditar que simplicidade, neste mundo globalizado, é sinônimo de descompromisso.
Por conta desta distorção e desta conclusão completamente equivocada, milhares de pessoas têm sofrido bem mais do que o necessário para atingir resultados que poderiam ser facilmente alcançados com uma boa dose de objetividade e transparência.
Casais que transformam motivos banais em decretos que sustentam guerras intermináveis. Pais que gritam e esbravejam com seus filhos quando bastaria uma conversa clara e direta. Amigos que insistem em apontar uma mancada do outro quando poderiam aceitar um pedido de desculpas e seguir adiante.
Enfim, contaminados pela ansiedade, envenenados pela dinâmica insana de uma rotina inconsciente, muitos têm perdido o melhor da vida por conta de picuinhas. Tanto alimentam os detalhes irrelevantes que nem se dão conta dos momentos especiais.
A boa notícia é que pequenas mudanças podem surtir importantes efeitos. Sugiro que você comece a validar o que há de bom, tanto em si mesmo, quanto nos que estão ao seu redor e na sua vida em geral. Pare de ignorar o esforço de cada um e comece a perceber que todos nós, indistintamente, tentamos fazer o nosso melhor com o intuito singular de sermos aceitos e amados.
A grande maioria dos nossos problemas não passa de pura invenção de nossa mente. Complicamos porque temos medo de não estarmos prontos para caso algo dê errado. No entanto, raramente dá errado. E para comprovar esse fato, apenas tente. A partir de hoje, simplifique! Esteja presente! Viva o que há para ser vivido, mantenha-se em sintonia com seus sentimentos e descubra que ser feliz é bem mais fácil do que você sempre imaginou.

18 de setembro de 2011

Perdi o Temor

Perdi o temor à chuva. E assim  ganhei o frescor da água.
Perdi o temor do vento, e assim ganhei o seu cantar nos fios.
Perdi o temor ao silêncio  e assim ganhei momentos de paz.
Perdi o temor ao julgamento dos outros.
E assim ganhei caminhos mais abertos de liberdade.
Perdi o temor de investir tempo "em coisas sem importância".
E assim ganhei entardeceres, estrelas, pedaços de luar,
águas rebrilhando ao sol, retalhos de canções...
Perdi o temor de dar-me integralmente,
temendo sofrimentos e cicatrizes.
E assim ganhei a bendita multiplicação do meu tempo.
Perdi o temor de expor-me.
E assim ganhei mais confiança no que sou e no que podem ser as pessoas.
Perdi o apego às coisas materiais.
E assim ganhei a alegria da simplicidade.
Perdi o temor à competição.
E assim ganhei o sabor das vitórias e os ensinamentos das derrotas.
Perdi o temor de desbravar caminhos conhecidos.
E assim ganhei novas visões. E horizontes. E novos amigos.
Perdi o temor de dizer minhas verdades frontalmente.
E assim ganhei aqueles que a mim eram sinceros e leais.
Perdi o medo do dia de amanhã. E assim ganhei o hoje!
Perdi o temor mórbido do "por  que não fiz"?
E assim ganhei o mais pensar para melhor fazer.
Perdi a segurança estúpida das minhas "verdades únicas".
E assim aprendi a ouvir os outros.
Liberei o força dos meus braços para os abraços fraternos e plenos de carinho.
E assim senti multiplicado o imenso e doce poder do amor.
Perdi o temor da morte assim ganhei a VIDA!!!